Lidando com os maiores Bureaux de Crédito do país desde o início da minha carreira, aprendi duas grandes lições:
- Eu os odeio.
- Eu não saberia viver sem eles.
Os odeio porque além de abusarem dos preços por anos aproveitando-se de um oligopólio, jamais pensaram em se estruturar como bons prestadores de serviços com foco nas necessidades e particularidades de seus clientes. Benefícios da escassa concorrência.
E eu não saberia viver sem eles porque informação é a base fundamental da concessão de crédito.
Sempre encontro empresários do setor optando por esse ou aquele Bureau justificando-se pela redução de seus custos. Atitude louvável se a base de dados fosse uma só para todos os Bureaux, o que não é verdade.
Cada qual possui fontes variadas e distintas de coleta de informações e, principalmente, critérios distintos de tratar tais informações, o que os tornam complementares, não excludentes.
Por outro lado, conhecendo-os como os conhecemos, sabemos que se deixarmos os “clicks soltos”, a suas faturas no final do mês se tornam “impagáveis”, literalmente.
A solução, portanto, não é assinar somente um ou outro bureau e sim utilizarmos todos de maneira racional, compreendendo o que cada um de seus produtos pode nos agregar e em quais situações.
Por exemplo; você não vai utilizar um Relato+ para analisar um chequinho emitido por pessoa jurídica no valor de R$ 400,00, correto?
No outro extremo, ao receber um novo cliente que fature milhões mensais, talvez um único relato+ não seja suficiente para uma base consistente de decisão.
O mesmo vale para as ferramentas bigdata, centrais de risco e ferramentas localizadoras.
Temos que ter tudo, ou pelo menos uma alternativa para cada serviço.
Nossa matéria-prima é a informação e “contar migalhas” nesse setor pode sair muito mais caro.
Decisões de crédito equivocadas geralmente acontecem pela escassez de informações, nunca pelo excesso.
Pense nisso.