A frase que mais ouço hoje em dia dos “marqueteiros digitais” é:
“Preocupe-se com EXPERIÊNCIA do usuário”.
Intuitivamente falando, a boa experiência de alguns pode não ser assim tão boa para outros. É o que eu imagino.
Afirmar que o tomador de crédito paga o preço que for simplesmente por conta da sua “EXPERIÊNCIA de uso” seria uma afirmação relativamente subjetiva. Principalmente se a tal da “EXPERIÊNCIA” esteja focada exclusivamente em alguma plataforma digital.
Levemos em consideração que nossa concorrência, cada vez maior e mais competente, tem pensado 24 horas por dia em como criar vantagem competitiva a custos baixos.
Consideremos também que toda a sinalização da agenda BC# direciona o mercado para a descentralização do sistema financeiro e o que se chama de “democratização do crédito”. Mais dois bons motivos para pensar em criarmos “fatores competitivos” ou, chame lá como for: Experiência do usuário.
O fato é que o crédito pelo crédito, qualquer um oferece, com ou sem plataformas digitais. A pergunta a ser respondida é: Quanto o tomador está disposto a pagar num ambiente altamente competitivo?
Tenho visto muita gente “endinheirada” tentando empreender no mercado de crédito achando que se trata de “implantar um App, assinar um bureaux de crédito e ganhar dinheiro fácil”.
Eu posso garantir a todos: Estão exponencialmente enganados.
Ainda vivemos sim uma enorme concentração bancária que, aos poucos tem sido “minada” por fintechs, bigtechs, empresas de pagamento, etc, mas como estrategistas, devemos pensar no médio e longo prazos, onde diferenciais competitivos bem pensados farão a grande diferença, não só como forma de perpetuação das empresas de crédito, mas como (e principalmente) meios de atribuir preço ao crédito de acordo com o conjunto de experiências a ele agregadas.
No fundo, precisamos parar de “vender taxas e App´s” e começar a vender valor.
Fatores como personalização no atendimento, critérios flexíveis de concessão de crédito, recursos tecnológicos avançados, diversificação de produtos, equipe capacitada e motivada, sustentabilidade e preocupação com sua comunidade, conveniência e fidelização terão que fazer parte dos manuais de normas e procedimentos das empresas de crédito para que, mais do que simplesmente sobreviverem, consigam justificar e praticar seus preços.
Muito além das taxas, o crédito que oferecemos deve necessariamente agregar valor, e isso não é necessariamente “barato”.
Num futuro próximo, tenho certeza que, assim como em qualquer outro seguimento de mercado, teremos o “crédito de griffe” e o “crédito barato”.
Onde você vai estar?