Mal-humorados me desculpem, mas carisma é fundamental.

        Eu costumo dizer que o relacionamento comercial entre uma instituição de crédito e seus clientes é totalmente diferente de qualquer outra atividade.

        A principal diferença está num dos princípios fundamentais do marketing, conhecido como “fidelização”.

        Enquanto toda e qualquer atividade econômica e seus profissionais aprimoram suas técnicas de fidelização, vemo-nos obrigados muitas vezes a digamos, deixar nosso cliente ir embora, seja por sua impossibilidade de atender nossas políticas de crédito, ou porque sua capacidade de pagamento se esgotou.

        No entanto, existem “maneiras” e “maneiras” de dizer “NÃO”, e isso faz toda a diferença no relacionamento saudável com os clientes.

        Muitas vezes determinada operação pode não ser viável, o que não quer dizer que queremos que o cliente “vá embora”. Principalmente quando se fala em antecipação de recebíveis.

        Não é exagero afirmar que de 10% a 20% das propostas de antecipação de títulos que recebemos são indeferidas, por um motivo ou outro.

        Nessa hora que devem prevalecer o carisma e a empatia do analista.

        Na “hora do não” é que conhecemos os profissionais hábeis em manter bons clientes sem que haja traumas na relação com a empresa de crédito.

        Devemos entender que o cliente de fato precisa dos recursos que ora negamos, e que um “não” nesse momento não pode parecer descaso ou falta de empatia com sua realidade, mas o simples atendimento operacional de determinada política de crédito.

        O analista deve explicar os motivos pelos quais não pode atender o pleito, de maneira honesta, transparente, ouvindo atentamente aos argumentos do cliente, mas rebatendo-os com calma, otimismo e paciência.

        Não há de se falar em tom de voz altivo, imponente ou mesmo arrogante.

        Deve-se utilizar expressões do tipo; “Peço que entenda nossa dificuldade em lhe atender”, “Dessa vez não foi possível atender ao seu pleito porque……”, “Embora saibamos e nos solidarizemos com sua dificuldade, dadas as características da operação, não conseguiremos ….”.

        Em situações extremas, é comum que o cliente venha a ser rude com o analista, e mesmo assim jamais devemos interpretar tal comportamento como uma afronta pessoal.

        É primordial que nos mantenhamos calmos, sem parecer indiferentes e sem revidar ofensas ou provocações.

        Eu sei, é difícil às vezes.

        Mas conquistar e manter bons clientes num mercado competitivo como o nosso não é tarefa fácil até para a mais competente das empresas de crédito, portanto não é justo que percamos bons clientes somente por causa de um ou outro analista de crédito que tenha “dormido de calça jeans”.

        Isso vale para a cobrança, cadastro, controladoria de lastro ou qualquer outra área que intervenha junto aos clientes.

        Carisma e empatia são fundamentais.

        Boa sorte.

Picture of Rogério Castelo Branco

Rogério Castelo Branco

28 anos de carreira em gestão de recebíveis.

Caso tenha gostado do artigo, compartilhe com sua rede de contatos:

Ajuda com a gestão da sua Securitizadora, Factoring, FIDC ou ESC?

Conheça nossa consultoria, treinamentos e mentoria. São 28 anos de experiência.